Segundo uma pesquisa inédita feita pela Subsecretaria de Estatísticas e Estudos do Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), entre 2011 e 2024, dobrou o número de aprendizes no Brasil. Atualmente, são 602 mil. Já os estagiários eram 642 mil em 2023 e hoje são 877 mil, um crescimento de 37%. Mais da metade (51%) atua em empresas privadas, mas há elevada parcela no Setor Público (40%), principalmente na Administração Pública (30%) e Justiça (7%).
Esses dados foram divulgados no evento Empregabilidade Jovem, promovido para mais de 100 instituições, incluindo representantes do iFood, Braskem, Magazine Luiza, Instituto Kondzilla, Faculdade Impacta, Massive Technologies, entre outras empresas e ONGs reunidas nesta segunda-feira (27) no Teatro do Centro de Integração Empresa-Escola – CIEE, em São Paulo.
Mas este mesmo levantamento com informações do IBGE e da PNAD Contínua também aponta que ainda são muitos os desafios em prol da inclusão dos jovens brasileiros no mundo do trabalho: a informalidade (45%), os desafios econômicos do país, assim como os baixos níveis de escolaridade e a falta de oportunidades para quem hoje tem entre 14 e 24 anos gera impactos diretos nessas contratações.
Para o Superintendente Institucional e de Inovação do CIEE, Rodrigo Dib, os resultados desse estudo mostram que a empregabilidade jovem é um desafio urgente. “Precisamos incluir essa faixa etária no mundo do trabalho de maneira segura e de olho no desenvolvimento desses jovens a médio e longo prazo”, disse.
Ele considera grave o Brasil acumular mais de 5 milhões dos chamados “nem-nem”. “Esses são os jovens que ‘nem estudam, nem trabalham’ e hoje estão tão desesperançosos que não estão nem mais buscando uma vaga de emprego para poder dar seus primeiros passos profissionais”, completa Dib.
As consequências desse fenômeno são preocupantes, pois esses jovens podem enfrentar dificuldades a longo prazo para se inserir no mercado e desenvolver suas carreiras. A subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho do MTE, Paula Montagner, disse que esse crescimento se deve a vários fatores e atinge principalmente as mulheres, que representam 60% do total desse público.
“Os dados apontam que são as meninas, predominantemente as negras, que não estudam e nem trabalham fora. Mas, em sua maioria, elas estão cuidando dos afazeres da casa, dos filhos, irmãos menores ou de outros parentes”, esclarece Montagner.
Conforme a pesquisa, do total atual de jovens ocupados, apenas 12% (cerca de 2 milhões) atuam em ocupações técnicas, atividades culturais ou da informática e comunicações, que têm menor taxa de informalidade. Em contraste, a maioria, cerca de 12 milhões, está em ocupações de baixa qualificação ou remuneração.
Para mais detalhes sobre o estudo, acesse a pesquisa completa clicando aqui.
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