Evento reuniu especialistas em geopolítica e economia para debater os novos cenários globais e seus impactos na região
Na última segunda-feira, 09 de junho, o Centro de Integração Empresa-Escola – CIEE promoveu o seminário “Perspectivas e Expectativas Mundiais – Quo Vadis América Latina e Brasil?”, com foco na análise de cenários futuros para o Brasil e o continente latino-americano diante das transformações no panorama mundial. O evento foi realizado no Teatro CIEE, localizado no bairro Itaim Bibi, em São Paulo.
Com início às 15h, o encontro contou com a presença de grandes nomes da diplomacia, política e economia, em uma programação que envolveu análises aprofundadas sobre os rumos globais e suas implicações locais. O seminário foi uma realização conjunta do CIEE com o CEAL – Conselho Empresarial da América Latina e teve o apoio do Grupo Confidence e do Grupo Conselheiras.
A abertura do evento foi conduzida por Humberto Casagrande, CEO do CIEE, ao lado de Ingo Plöger, presidente da CEAL, e de Sandra Comodaro, presidente do Grupo Conselheiras.

Painel de especialistas: debates para transformar o futuro
O primeiro painel, mediado por Casagrande, teve como tema “Tendências internacionais e seus reflexos” e contou com a participação de Marcos Troyjo, economista, sociólogo e diplomata. Já presidiu o Novo Banco de Desenvolvimento – BRICS, foi secretário especial do Ministério da Economia e é pós-doutor pela Columbia University; Alida Bellandi, vice-presidente da CEAL e executiva com ampla atuação internacional e Daniel Vargas, doutor e mestre em Direito pela Universidade de Harvard, especialista em políticas públicas e professor da FGV.
Durante a discussão, Casagrande destacou a importância de debates qualificados para o avanço do país: “Vivemos hoje uma pobreza no debate. É raso, raramente fundamentado com dados. Eventos como esse representam um bom caminho para elevar o nível das discussões no Brasil.”
Os especialistas deliberaram sobre o impacto da geopolítica na atualidade e como a pauta ganhou força por meio da da globalização: “O mundo ficou muito geopolítico, a antiga geopolítica estava no fundo da gaveta quando caiu o muro de Berlim ou a noite de natal de 1991, quando a União Soviética foi desmantelada e então, na atualidade, ela saiu da obsolescência e foi para o centro da mesa, se tornando importante”, revelou Marcos Troyjo.

O segundo painel teve como tema: “América Latina e suas alianças”, e contou com a mediação de Samantha Mazzero, coordenadora da FIA junto aos debatedores: Rubens Ricupero, professor, diplomata, embaixador do Brasil na Itália e já atuou como ministro da Fazenda; Christian Lohbauer, cientista político e membro da CEAL; e Dante Alário, presidente da Biolab.
“Eu acredito que de fato as perspectivas e expectativas do ano de 2025, se deterioraram de maneira nítida em comparação ao ano anterior, e de todos os fatores que contribuíram para isso, o grande efeito desestabilizador é o atual governo dos Estados Unidos. Mas o fato é que, desse primeiro impacto do governo atual no sistema internacional foi e continua negativo, mas foi contido até um certo ponto, dentro de certos limites”, revelou Rubens Ricupero, durante debate sobre o impacto no Brasil com o atual cenário geopolítico.
Quando indagados sobre a possibilidade de crescimento do país dentro do cenário político instável, o cientista político Christian Lohbauer afirmou: “Eu não acredito que haverá a decadência americana, é um país com muita riqueza e potência, mesmo com as tarifas, e é por isso mesmo que eu acredito que devemos manter nossas relações muito melhores do que são. A gente deveria voltar a fazer o que a gente sempre fez, relações não excludentes, respeito à autodeterminação dos povos, as máximas da política externa brasileira deveriam voltar a ser aplicadas”.
O seminário foi mais uma iniciativa voltada à formação cidadã e ao fortalecimento do diálogo construtivo sobre os rumos do país e do continente.
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