Em tempos de judicialização da política, de invasão de prerrogativas de um poder da república sobre o outro, o tempo no Brasil não para e não é, necessariamente, um avanço. Frequentemente, muita coisa do nosso próprio passado volta a nos atormentar.
No “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, que recebe o ex-governador de Pernambuco Joaquim Francisco Cavalcanti, ele faz uma observação reveladora do nosso tempo:
“Estamos em 2020 e voltando a discutir reforma política. Que foi feita! Nós aprovamos a cláusula de barreira para conter o número exagerado de partidos. E o Supremo Tribunal Federal barrou a decisão do Congresso. Olha aí uma má decisão do Supremo que não pode ocorrer mais. Interferência de competências. Equilíbrio não é isso!”
Deputado constituinte, ex-prefeito do Recife e presidente do Instituto Teotônio Vilela em Pernambuco, ele também comenta o excesso de protagonismo nos três poderes, da cobertura dos fatos políticos pela mídia convencional e pelas redes sociais e a crise de representatividade no Brasil.