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O Brasil dos jovens talentos: entrevista com Humberto Casagrande, CEO do CIEE

Coloque numa mesma entrevista a necessidade urgente de criar mais oportunidades de trabalho e qualificação para jovens do ensino médio, o financiamento da dívida pública para gerar condições fiscais para o financiamento de programas sociais e como retomar a economia brasileira no curto prazo com potencial claro de estender o crescimento socioeconômico no futuro.

Este poderia ser o resumo da entrevista de Humberto Casagrande ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE. Mas a ideia de incentivar o atendimento a jovens com boa formação e iniciação no mercado de trabalho, mais que um programa social, baliza toda a conversa como uma estratégia de nação.

CEO do Centro de Integração Empresa-Escola há três anos, Casagrande fez carreira no mercado financeiro. E diz logo no início da conversa:

“Eu estou há três anos como CEO do CIEE e aprendi a eficácia disto tudo. Eu vejo nos programas de primeiro emprego, associando estudo e trabalho destes jovens, a grande solução para o Brasil. E não há, neste momento, uma parada no governo para estudar isso, o que pode ser a grande solução para os problemas sociais brasileiros”.

A observação de Casagrande parte do princípio de atender jovens, um público altamente vulnerável, com qualificação para o trabalho com início da vida profissional numa empresa. Embora leis assim já existam, como a do Aprendiz em que o próprio CIEE atua, a crise gerada pela pandemia trouxe a necessidade de uma participação mais forte do Estado, auxiliando empresas a contratarem mais jovens para amplificar o alcance do atendimento como uma estratégia de política pública de presente e futuro do país.

Tomando a iniciativa, o próprio CIEE lançou um novo programa de formação e de iniciação profissional: o “Jovem Talento CIEE”, para qualificar e empregar jovens de 16 a 24 anos do ensino médio. “Num país com 6 milhões de empresas, se 10% contratarem um jovem, seriam 600 mil novas vagas. Só o CIEE tem hoje uma fila de espera de 4,6 milhões de jovens.”

E como tudo passa pela economia, a conversa ainda versa sobre melhorar a compreensão da dívida pública, hoje o entrave para mais investimentos do governo, e como financiá-la com títulos especiais associados à crise econômica gerada pelo Coronavírus, em meio às dificuldades recentes de rolagem da dívida do país.