“Nossa democracia é jovem, portanto, ela tropeça. Mas avança.”
A definição é de Horácio Lafer Piva, empresário industrial, acionista da Klabin, a gigante brasileira de papel e celulose. Economista de formação, foi o mais jovem presidente da Fiesp no final dos anos 90 e um executivo sempre eloquente no debate do país, definido por ele como o “que tem mais futuro que passado”.
Na longa entrevista ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE, a percepção de avanço da democracia brasileira, apesar dos tropeços, se associa à compreensão melhor de nossa realidade por parte da sociedade, sobretudo a das classes mais altas.
A dura crise da pandemia de Coronavírus, que deixará sequelas na economia, é o que Lafer Piva aponta como o novo indutor de “realismo esperançoso”, desse novo entendimento dos brasileiros sobre seu papel, acerca da oportunidade e dever de se envolverem mais, de promoverem mudanças como inclusão real, de apoiar iniciativas de quem já está na luta, como organizações de educação e desenvolvimento sustentável, e de não perder a nova chance para transformar o presente e moldar o futuro pra valer.
“Eu sinto o incômodo, eu sinto a conversa com meus pares diferente. Com preocupações que antes eles não tinham. Meio ambiente? Ia parar no departamento de marketing. Era assunto de poetas verdes e veganos. Não estava na agenda. Hoje, está.”
A conversa ainda versa sobre insegurança jurídica para investimentos – “no Japão, leva 100 dias para uma sentença de 1ª instância. No Brasil, 1600 dias” – reformas constitucionais, meio ambiente, imagem do Brasil no exterior, Amazônia, polarização e medidas que estão avançando no governo e no Congresso.
Enfim, uma entrevista do tamanho do Brasil.