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Brasil - agronegócio altamente produtivo e sustentável: entrevista com Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura

Do ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, coordenador da GV Agro da Fundação Getúlio Vargas e um dos mais importantes especialistas no setor de agronegócio do Brasil:

“O etanol de cana emite 11% de Co2 que a gasolina emite. Então, uma cidade como São Paulo, que é gigantesca, está em 834º no ranking da poluição por ter uma imensa frota movida a etanol. O que o agronegócio brasileiro fez em termos de sustentabilidade é inequívoco.”

Na entrevista ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE, aproveito a deixa e pergunto ao ex-ministro se qualquer país do G7, por exemplo, tivesse desenvolvido a tecnologia do álcool combustível, com capacidade de produção de etanol como tem o Brasil, se o carro elétrico seria a coqueluche ambiental como é hoje?

“O carro elétrico polui muito pouco. É fato. Mas de onde vem a eletricidade que alimenta o carro elétrico? Na China, na Europa…vem de carvão. Portanto, é altamente poluente a cadeia produtiva. Aqui, o álcool vem da cana, a cana sequestra carbono e emite 11% do Co2 que a gasolina emite”.

Na conversa que durou pouco mais de 30 minutos, Roberto Rodrigues ainda cita a importância da China para o agronegócio brasileiro, que o país precisa aperfeiçoar sua diplomacia em virtude dos acordos comerciais e que “precisamos vender pra todo mundo”. Diz ainda que o brasileiro precisa casar com o agro, pela importância que o setor tem para a economia, e voltou a falar de questões ambientais, o barulho da vez que mistura falta de informação, ativismo controverso e interesses de concorrentes internacionais contra o Brasil.

Segundo a OCDE, em 10 anos, a produção mundial de alimentos precisa crescer 20%. Ninguém no mundo, à exceção do Brasil pode crescer tanto. E com taxas de crescimento menores em outras regiões produtores do planeta, o Brasil precisaria aumentar sua produção agropecuária em 40% para atender a segurança alimentar. E o país tem conseguido saltos de produção com respeito ao meio ambiente.

“Em 30 anos, a área plantada com grãos no Brasil cresceu 74%. Já a produção cresceu 346%. É tecnologia na veia! Para colhermos a safra que temos hoje com a produtividade de 30 anos atrás, serias necessários mais 103 milhões de hectares de área plantada. A tecnologia do agronegócio brasileiro é tão sustentável que inibiu o desmatamento de 103 milhões de hectares. Isso não é promessa ambientalista, um sonho romântico. Não! Isso já foi feito! Nenhum país fez algo tão extraordinário como o Brasil”.

Roberto Rodrigues ainda diz que a plantação de soja em área irregular é ínfima, criminosa, precisa ser punida e não tem nada a ver com o agronegócio profissional. E que queimadas e desmatamento irregulares na Amazônica, além de também serem criminosos, precisam de solução fundiária, uma questão social para preservar o produtor rural da região de aventureiros.

Por fim, diz que o agronegócio precisa se comunicar melhor e que as escolas estão formando jovens para se posicionarem contra o agronegócio do seu próprio país com informações equivocadas, por ideologia movida a desinformação.