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A deficitária logística brasileira avança: entrevista com Paulo Resende, especialista em logística

No Brasil recente que ganhou uma sequência de leilões de infraestrutura logística para atrair o capital privado a investir no país, com resultados muito positivos, fenômeno que vem desde o governo Temer e que ganhou intensidade e velocidade no governo Bolsonaro, o professor Paulo Resende é direto:

“O Brasil é um dos maiores devedores mundiais em termos de investimento para ele mesmo”, disse em entrevista ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE.

Na conta de recuperar o tempo perdido, ele faz um elogio inusitado à uma típica realidade da política brasileira: “um ministro de uma pasta que conhece a pasta”, numa referência clara ao ministro de infraestrutura, Tarcísio Gomes Freitas, que está à frente das atuais concessões e do PNL, o Plano Nacional de Logística.

Paulo Resende, que é coordenador de Logística e Infraestrutura da Fundação Dom Cabral, doutor em Planejamento de Transportes pela Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, e um dos mais sofisticados especialistas do país, cita um exemplo em sua tese: “Imagina se há 30 anos, o Brasil tivesse uma espinha dorsal ferroviária, saindo de São Luís do Maranhão e chegando ao Porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul. Dá pra imaginar o que teria sido da logística brasileira à esquerda e à direita desse tramo ferroviário?”, numa referência clara à ferrovia Norte-Sul, obra inacabada, idealizada no Governo Sarney, nos anos 80, e que somente agora está com o trecho Central próximo da operação.

Aliás, sobre a retomada de obras paralisadas de governos anteriores, ele elogia a atitude atual governo, mas cobra a continuidade com novos planos.

Em uma análise mais aguda sobre nosso comportamento histórico, ele ainda critica a cabeça do gestor público brasileiro que “não tem visão de país”, é ainda “subjetivo, emocional, não acredita em números e se basta no curto prazo”. A subjetividade, afirma ele, leva à noção de que a demora no licenciamento ambiental de uma obra é demonstração de poder do gestor. Um equívoco que gera atrasos imensos a um país que tem pressa e necessidade de crescer.

Paulo Resende diz que já não luta mais pela excelência logística pra si ou para sua geração, mas em respeito às gerações futuras, em nome de um legado de avanço para elas.