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A cabeça e a alma brasileiras: entrevista com Carlos Borges, jornalista

Carlos Borges é um jornalista que mora nos Estados Unidos há quase 30 anos. De sua casa em Fort Lauderdale, na Flórida, dirige o que pode ser considerado o mais bem-sucedido evento de promoção à cultura e de discussão de temas brasileiros no exterior, o Focus Brasil, com edições anuais em várias capitais e cidades do mundo.

Por ser voltado às comunidades locais, tornou-se um sofisticado observador da alma e da cabeça do cidadão deste país, seja um morador local ou que faça parte do grupo de mais de 4 milhões de brasileiros que, atualmente, vivem em um país estrangeiro.

É dele a frase abaixo, quando perguntado sobre a mania nacional de reclamar muito do Brasil, uma das razões para a emigração:

“O brasileiro não tem capacidade de compreender que o país é ele. O grande problema do nosso país é terem tirado a matéria de Educação Moral e Cívica do currículo. Você não aprende mais o que é país, o que é Estado. O povo não sabe qual a diferença entre Estado e governo. Não sabe nada”.

E complementa num chamamento à realidade:

“Uma nação é a soma das atitudes de cada indivíduo”.

Na entrevista ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE, ele vai de Nelson Rodrigues a Ayrton Senna, do complexo de vira-latas ainda existente e da inveja do sucesso alheio ao talento nacional de fazer as coisas darem certo, de querer ser o primeiro.

“O brasileiro é um povo safo”, diz ele.

A conversa ainda passa pela percepção equivocada que se tem do migrante, do deslumbramento em morar no exterior, de segurança pública e das diferenças de opinião política entre os brasileiros legalizados e os indocumentados nos EUA, sobretudo às vésperas da próxima eleição presidencial americana.