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Trabalho, empresas e saúde mental: entrevista com Carlos Aldan, sociólogo

19 de julho de 2021

A pandemia de coronavírus começa a ser controlada com vacinação em massa, novos medicamentos começam a surgir para atender pacientes internados com mais chance de sucesso, mas os efeitos econômicos e sociais da maior crise sanitária, que se transformou em crise socioeconômica, ainda ameaçam a humanidade.

O custo da paralisação da economia, sob o temor de um vírus ainda não completamente compreendido, em proporção nunca antes vista, e uma mudança no ambiente de trabalho e social, em proporção jamais experimentada, trouxeram ao ambiente corporativo muita inovação com capacidade de adaptação humana exponencial, mas a um custo humano que começa a ser percebido e que requer intervenção urgente.

Na entrevista ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, o entrevistado da semana é o sociólogo e antropólogo Carlos Aldan, CEO do grupo Kronberg, uma consultoria de gestão organizacional que utiliza conceitos de neurociência e inteligência emocional para auxiliar executivos e organizações a enfrentar os novos tempos na gestão de seus recursos humanos e na relação com o público.

Em um recente estudo do grupo, feito durante a pandemia, com quase 15 mil líderes e executivos de empresas, o sentimento que mais foi citado pelos entrevistados foi o de ansiedade, seguido por medo, incerteza, angústia, tristeza e saudade que, segundo Aldan, “são sentimentos que ativam os circuitos neurais de sobrevivência nas pessoas”. É aí que a complexidade do problema aparece. Sob este estado de sobrevivência, diz ele, é muito difícil às pessoas enxergarem um futuro de oportunidades, um cenário de ganha-ganha. Isso torna ainda mais determinante o cuidado e o investimento por parte das empresas na saúde mental de seus funcionários.

Carlos Aldan rejeita o conceito de “Novo Normal”, ao citar que, mesmo antes da pandemia, alguns números do ambiente das empresas já eram extremamente preocupantes: 70% de burnout e 80% de desengajamento entre os colaboradores, no pré-crise do Novo Coronavírus, já reduziam a produtividade dada a desconexão entre qualidade de vida e ambiente de trabalho.

Na entrevista, Aldan reforça os conceitos de inteligência emocional, a nova forma de implementar a valorização dos funcionários, a mudança no conceito de RH e da gestão da empresa sobre os Recursos Humanos, além da lógica mandatória de que as relações humanas nas empresas ou fora delas requerem um novo e inovador envolvimento de todos para se recuperar a economia de forma humanizada, justamente para ser sustentável e longeva.

A pandemia escancarou problemas já existentes e provocou a necessidade de mudanças no ambiente das empresas e da sociedade. E com o benefício ou agravante, a depender do ponto de vista, de que tudo ficou muito às claras.
#PensandooBrasil