Inicio do conteúdo site.

Realidade brasileira: entrevista com Carlos Melo, cientista político

10 de agosto de 2020

Em que país estamos vivendo?

Diante da complexidade brasileira, a pergunta sugere uma resposta com análises aprofundadas, sob vários pontos de vista, históricos, inclusive.

Mas para o cientista político Carlos Melo, uma ponderação inicial é necessária antes que corramos o velho risco nacional de autojulgamentos severos demais.

“Em primeiro lugar, nós estamos vivendo em um país que faz parte de um mundo já muito confuso. O Brasil tem problemas sérios, problemas que fazem parte de suas escolhas erradas. Mas é necessário, antes de tudo, compreender que o mundo que nós vivemos é um mundo muito mais complicado do que há 10, 20 anos.”

A crise de liderança abrangente que acomete governos e sociedades pelo mundo não poupa o Brasil e é uma das causas dessa sensação de desalento e de uma percepção de maior dificuldade contemporânea que sentimos, diz ele.

Mas se por um lado as escolhas brasileiras precisam ser acertadas para avançarmos – e isso é urgente, temos igualmente visto surgir novos prefeitos e governadores que podem, apesar de ainda não terem grande expressão nacional, liderar os esperados novos tempos.

Entrevistado do “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, o professor Carlos Melo faz também uma leitura mais apurada do papel de parte das elites brasileiras, ao dizer que elas têm sido responsáveis por ofertar os pesos e contrapesos que conseguiram, até o momento, inviabilizar excessos que poderiam nos levar a decisões extremadas, em diferentes poderes de diferentes momentos nas últimas décadas, apesar do desafio constante e de estarmos longe de uma estabilidade.

E na metade do copo cheio da realidade brasileira, ministros técnicos, mesmo sendo de governos com excesso de protagonismo, têm mantido os projetos de Estado com visão de futuro diante de mandatários passageiros dados a imediatismos.


Este podcast também pode ser encontrado no YouTubeSpotifyGoogle Podcasts, e muitos outros!