A economia foi diretamente impactada pela pandemia e ainda não se tem uma medida de quanto ainda será o efeito no longo prazo. A economia criativa, conceito que engloba atividades ligadas à arte, mas não só, visto que o turismo e mesmo o show business de massa também estão inseridos nessa classificação, foi uma das que mais sofreram com a restrição de público presencial.
“Tudo o que dependia de aglomeração sofreu mais”, diz o economista e especialista em economia criativa, Luiz Alberto Machado, em entrevista ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE.
Desde uma simples quermesse paroquial de uma pequena cidade, passando por um vernissage ou um lançamento de livro, até um grande espetáculo numa casa de shows ou numa arena de futebol, tudo isso se viu, da noite por dia, com limitação de acontecer por normas de distanciamento social que restringiram completamente a realização dos eventos.
Apesar do desejo de volta à normalidade, o que teria impacto positivo imediato nestas atividades, até pela disposição crescente das próprias pessoas ao menor sinal de segurança biológica diante do vírus, alguns setores se reinventaram com lives artísticas e de conteúdo diverso. Alguns com desempenho invejável, como o setor de games, de jogos eletrônicos, que, facilitado pela tecnologia e por conviver muito bem com “cada um em sua casa”, manteve o crescimento e desponta como um dos destaques na recuperação econômica.
Sobre a economia brasileira, Luiz Alberto Machado, ex-professor, diretor e acadêmico de História da Economia na FAAP-Fundação Armando Alvares Penteado, em São Paulo, ele pondera que, diante do drama fiscal, da necessidade de um novo auxílio emergencial e a pressão crescente por gastos sociais, tudo isso expõe o Brasil, mais uma vez, ao seu histórico problema de não separar o urgente do necessário. A dicotomia, diz ele, nos faz viver de considerar tudo prioritário ao mesmo tempo, asfixiando o país em suas contas e provocando decisões sem planejamento estratégico.