“A Amazônia virou uma agenda permanente no mundo”.
A frase acima é do ex-deputado Aldo Rebelo ao “Pensando o Brasil com Adalberto Piotto”, pela TV CIEE, que pondera a necessidade de compreendermos a preocupação internacional com a maior floresta do mundo, mas reafirmando que a soberania brasileira sobre a Amazônia é inegociável.
Em tempos de novas discussões sobre compromissos ambientais dos países para reverter danos climáticos ao planeta, como a recente cúpula promovida pelo presidente americano Joe Biden, com participação do presidente Jair Bolsonaro, ele vai ao ponto de maior controvérsia: é preciso explicar a Amazônia e sua complexidade ambiental e social aos brasileiros, que pouco a conhecem, e ao mundo que nunca pisou lá.
Aldo Rebelo foi deputado por seis mandatos consecutivos, a partir de 1991, presidiu a Câmara e foi ministro de quatro pastas nos governos Lula e Dilma, entre elas a de Ciência e Tecnologia e da Defesa.
Na conversa de pouco mais de 40 minutos, o ex-ministro defende a preservação do meio ambiente com atividade econômica sustentável e reclama que o debate foi sequestrado por ONGs estrangeiras e pela mídia com uma visão irreal e incompleta da realidade social da região Norte do país. Preservação de fauna e flora não podem estar dissociadas do bem-estar socioeconômico das pessoas que vivem lá.
Nem por isso, deixa de observar que a comunicação governamental sobre questões ambientais brasileiras precisa ser aprimorada. E que o convencimento dos fatos leva tempo e o confronto deve ser evitado.
A agenda política interna brasileira também é destaque na entrevista. “A Constituição do país foi superada pelo ativismo político do STF”, diz ele, ao criticar a corte e parte do parlamento que recorre ao Supremo quando perde uma votação no Congresso, defendendo a instalação de uma Nova Assembleia Constituinte para repactuar os poderes. Aldo Rebelo ainda diz que o debate do país se perdeu numa agenda “secundária” de costumes, cuja qualidade nas redes sociais é ruim, apesar de democrático.