Digitalização dos processos, uso da ciência de dados e inteligência artificial, desenvolvimento de novas plataformas. Quais serão as novas fronteiras do Direito a partir das novas tecnologias e a difusão de ferramentas como aplicativos de mensagens e videoconferências?
Para discutir o tema, em parceria com o IDP reunimos nomes como Chico Müssnich, sócio do BMA Advogados, a pesquisadora da FGV Ana Paula Campelo, Luís Felipe Melgarejo, Head de Legal da JusBrasil e Glaucia Frascino, sócia do Mattos Filho Advogados. A mediação foi do superintendente Institucional do CIEE, Ricardo Melantonio e de Ivan de Franco, mestre em Direito pela FGV.
Para Chico Müssnich, que também é autor do livro “Cartas a um jovem advogado”, a digitalização está mudando a profissão, mas o Direito nunca será 100% digital, já que nada substitui a relação pessoal e o olho no olho, como ele mesmo define. “Vai vencer a guerra de conquistar um cliente quem além da competência, dar uma solução rápida e ágil. O cliente espera agilidade”, disse.
“Hoje a gente pode usar o tempo do advogado de uma forma muito mais eficiente”, afirmou Melgarejo, que abordou o tema de maneira diferente. Por acreditar que as novas tecnologias são uma ferramenta facilitadora, ele também crê que o advogado atualmente pode se dedicar ao desenvolvimento profissional, seja por meio da construção de teses inovadoras e melhor capacidade de persuasão.
“A parte burocrática, você não pode querer competir a velocidade de interpretação de documentos de algoritmos de computador com a gente. Deixa que essa burocracia a tecnologia resolve”, comparou.
O argumento foi reforçado por Glaucia Frascino. Segundo ela, a revolução digital acontece todos os dias e o contexto envolvendo a pandemia do novo coronavírus tem contribuído para acelerar o ritmo das mudanças. “Advogados que estiverem preparados para entender o momento são aqueles que terão as melhores condições para prestar serviço”, pontuou.
Pesquisadora na área do Direito, Ana Paula Campelo explica que essas mudanças refletem um pouco o novo momento que a sociedade atravessa, já que o exercício da profissão está ancorado em valores como empatia, confiança e conhecimento. “É importante ter criatividade para encarar os problemas”, relaciona.