A presença feminina por trás das câmeras, como diretoras, produtoras ou roteiristas, passou por diversas transformações. Para entender melhor as mudanças que ocorreram, podemos falar sobre o Oscar. Desde a sua criação (1929), apenas cinco diretoras haviam sido indicadas e só uma ganhou, em 2010.
Neste ano, a premiação faz história indicando duas mulheres para concorrerem juntas à mesma categoria, sendo Chloe Zhao a vencedora. Chloe também é a primeira representante de uma minoria racial a ganhar a estatueta na história.
Você já ouviu falar do teste de Bechdel? É uma forma de questionar a presença de mulheres no cinema, incorporando papéis que façam diferença no enredo e não que só deem suporte aos personagens masculinos.
Para passar no teste, os filmes precisam ter ao menos duas personagens femininas, que conversem entre si em alguma cena, sobre algo que não seja homens. Muitas obras contemporâneas falham e, em média, filmes que passaram no teste possuíam orçamento mais baixo, mas um desempenho financeiro melhor ou equivalente aos outros filmes.
Mas o que os bastidores e a produção dos conteúdos implicam no protagonismo feminino nas telinhas? Trazendo uma reflexão: talvez se não houvesse tanta desvalorização feminina por trás das câmeras, seria mais fácil alavancar essa presença como personagens principais. Separamos alguns conteúdos para exemplificar esse protagonismo e toda a sua importância.
Confira a lista que fizemos para você!
FILMES E SÉRIES
Estrelas além do tempo
O filme, lançado em 2016, é inspirado no livro Hidden Figures (Figuras Escondidas) da escritora Margot Lee Shetterly. Foi baseado nas histórias reais de três matemáticas negras: Katherine Johnson, Dorothy Vaughn e Mary Jackson. Em um cenário extremamente racista e sexista, onde a realidade dos Estados Unidos era a segregação racial (divisão de banheiros entre brancos e negros, bebedouros, assentos no banco de onibus, entre outros), elas tentam se auto afirmar dentro da NASA, provando o tempo todo suas competências. “Estrelas além do tempo” foi indicado a três Oscars, incluindo o de Melhor Filme. Um ótimo conteúdo que retrata a década de 1950 até o começo da década de 1960 que exemplifica como preconceitos e discriminações sexistas e raciais podem dificultar o ingresso na faculdade, o ganho de credibilidade, a aprovação para um cargo mais alto e outros fatores. Onde assistir? Telecine.
Classificação Indicativa: Livre
Capitã Marvel
A personagem “Capitã Marvel” existe desde 1960 nos quadrinhos, mas só passou a protagonizar uma HQ própria em 2012 e virou filme em 2019. A produção foi o primeiro longa com uma super-heroína como protagonista a atingir US$ 1 bilhão de dólares arrecadados nas bilheterias mundiais, uma representatividade e tanto, né? A Marvel que possui tantos super-heróis masculinos em seu portfólio, sendo a maioria com filmes próprios lançados, enxergou a necessidade de lançar, depois de 14 anos, o seu segundo longa-metragem com uma protagonista feminina, o primeiro filme foi Elektra (2005). “Capitã Marvel” é uma super-heroína divertida, poderosa e carismática, além de ser significativa para a sociedade atual e para o cinema, mais especificamente, dentro do universo de ficção. Onde assistir? Disney+.
Classificação Indicativa: +12
O gambito da rainha
A minissérie com sete episódios da Netflix, conta a história de Elizabeth Harmon, uma jovem que após sobreviver a um acidente de carro é encaminhada a um orfanato, onde descobre o seu talento: jogar xadrez. Recontando a história de Beth desde a sua infância, a trama conta com uma protagonista genial, personagens carismáticos, exemplos de empoderamento feminino, a superação de uma infância complicada e consegue prender com muita facilidade a audiência do público, inclusive, o enredo alcançou o topo da lista de minisséries mais assistidas da plataforma de streaming. Onde assistir? Netflix.
Classificação Indicativa: +16
Coisa mais linda
Um enredo que aborda feminismo e que coloca os personagens masculinos como coadjuvantes, uma forma de enfatizar a importância do protagonismo feminino, né? A série brasileira e original da Netflix possui duas temporadas e conta a história de quatro mulheres vivendo nos anos 50 na cidade do Rio de Janeiro e aborda temas como a condição de vida da mulher, direito de posse, lei do divórcio, direito de trabalhar e violência doméstica. Um conteúdo para ajudar a refletir sobre todo o caminho percorrido pela luta feminina e as mudanças conquistadas nos dias de hoje. Onde assistir? Netflix.
Classificação Indicativa: +16
LIVROS
Malala, a menina que queria ir para a escola
Você já ouviu falar da ativista paquistanesa Malala Yousafzai? Aos seus 10 anos, a garotinha foi impedida por Talibãs de frequentar a escola, assim como todas as outras meninas. Malala, que queria muito continuar estudando, iniciou uma manifestação pacífica quando falou sobre o seu direito de estudar em uma Rede de Televisão Internacional. Com 17 anos, pelos resultados gerados desse protesto, ela ganhou o prêmio Nobel da Paz, tornando- se a pessoa mais jovem a recebê-lo. O livro infantil, conta a história de um grande nome dentro do movimento feminista e tem a capacidade de ensinar sobre a importância do empoderamento feminino de forma leve e descontraída para pessoas de qualquer idade.
Classificação Indicativa: Livre
Jogos Vorazes
Você sabia que os longas-metragens de ficção são considerados os filmes mais exibidos nas salas de cinema? Além disso, eles geralmente têm os maiores orçamentos e remunerações, mais prêmios e mais chances de contribuir para a carreira dos profissionais envolvidos. Inclusive, em 2016, o segundo filme da franquia “Jogos Vorazes” ocupava o 49º lugar no ranking das maiores bilheterias mundiais de todos os tempos e o fato de ter uma mulher protagonizando uma narrativa de três filmes deste gênero, possui um significado e tanto. A saga literária originou este feito com a personagem principal Katniss Everdeen. Ao contrário do que algumas pessoas pensam, a trilogia vai muito além da questão “com quem a Katniss vai ficar no final?”. A jovem decide entrar nos jogos para não perder a irmã e não deixar a família morrer de fome e traz reflexões a respeito da meritocracia, divisão de classes sociais, alienação e muitos outros temas que fazem parte da vida real.
Classificação Indicativa: +12.
Esses são alguns dos vários títulos que podem ser usados para fortalecer e aumentar a representatividade feminina dentro e fora das telas do cinema. Mesmo que muitas conquistas significativas já tenham sido alcançadas, ainda restam muitas outras pela frente. Quanto mais mulheres dentro e fora das telas, protagonizando filmes, séries, livros, dirigindo e roteirizando, melhor!
+Filmes, séries e livros sobre pessoas com deficiência
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