Em agosto é celebrado o Dia dos Pais, entretanto, a paternidade ainda é um assunto espinhoso para a maioria dos homens. Os novos rearranjos da sociedade fizeram com que as mulheres assumissem as rédeas de suas carreiras, e, consequentemente, exigiu a participação ativa de seus pares na criação dos filhos.
Se sentindo solitário em relação às suas descobertas em torno da paternidade, Marcos Piangers, escreveu uma série de textos a respeito da sua relação com os filhos e, após 10 anos, finalmente compartilhou os manuscritos com amigos. Os textos renderam o livro “O papai é Pop” e também o filme homônimo, estrelado por Lázaro Ramos e Paola Oliveira.
Em um bate papo com Julio Cesar, gerente de Operações e Atendimento NO, CO e DF do CIEE, o autor compartilhou algumas estatísticas. Segundo ele, no Brasil, 33% dos lares são comandados por mães solos e 5,5 milhões de jovens não contam com o nome do pai no RG.
Na contramão dessas estatísticas, a presença da figura paterna pode fazer a diferença na família, “ o pai que cuida tem uma relação duradoura com os filhos e eles vão melhor na escola. Homens que têm paternidade ativa vivem geralmente sete anos a mais”, conta Piangers.
Preconceitos
Em diversos momentos do bate-papo, o autor citou a pressão para provar a masculinidade ao longo da vida e os preconceitos que não possibilitam que homens se conectem com os seus filhos, que se permitam ser mais amorosos, chorar ou demonstrar sentimentos. “Provar a masculinidade acaba te destruindo e também destruindo as coisas que estão à nossa volta. A paternidade é a nossa oportunidade de mudar essa realidade”, afirma.
Ainda para o autor, a sociedade mudou e ser um pai autoritário, “essa figura do homem que paga as contas é mais fácil”, entretanto, para as mulheres esse tipo de relacionamento não está mais funcionando. Elas passaram a exigir mais a presença dos homens em casa e “essas famílias são mais funcionais”, afirma.