Com o aumento da população do planeta ao longo dos anos, cresce também a demanda por mais alimentos. Fica o desafio: como aumentar a produção em espaços cada vez menores, e mais restritos? Essa reflexão é um dos pontos de partida da profissão de agrônomo. As perspectivas futuras dessa carreira foram abordadas em um webinar conduzido pelo supervisor de Agronegócio do CIEE, Mateus Rubiano. Participaram o professor Marcos Fava Neves, da USP e FGV, e duas representantes da Raízen, Beatriz Batello, gestora de Operações Agrícolas, e Luana Nunes, supervisora de Corte, Carregamento e Transporte.
As exportações recentes de café, suco de laranja, soja e carne credenciam o Brasil como potência no agronegócio. Para seguir neste caminho, Marcos Fava Neves aponta a necessidade de manter preços competitivos no mercado exterior, fortalecimento das marcas por meio de ferramentas de Comunicação e ações coletivas como associativismo e cooperativismo. Em todos esses processos, há participação de profissionais formados em agronomia.
“Os preços das commodities estão subindo no mundo. O agro não é só a parte da fazenda, são empresas que estão nas cadeias produtivas – e, como o CIEE, criam oportunidades para as pessoas. Para o futuro, o espaço aberto para a sociedade brasileira no mundo é o de fornecedor sustentável de alimentos, bioenergia e outros agroprodutos, como têxtil, papel e celulose”, disse.
Com experiência em equipes de manutenção agrícola e colheita, Luana Nunes iniciou sua carreira em 2008, e traçou seu caminho profissional na área desde então. “Meu mundo é a questão do alimento e a energia renovável. A questão do agrônomo dentro desse processo – você vê que ele alcança diversos setores. Ele trabalha com máquinas, com plantas e com estratégia”, analisou.
Beatriz Batello detalhou que as demandas são crescentes principalmente nas áreas de gestão, acadêmica e comercial. Segundo ela, a harmonia entre os times é fundamental para o aumento da produtividade, já que o trabalho desenvolvido por cada um dos setores tem relação com os outros.
“O engenheiro agrônomo quer sempre produzir mais em menos área. Essa é uma demanda, de aumento da produção, para que resulte em alimento para todo mundo em longo prazo. É a profissão do futuro. Quando falamos em melhorar a agricultura, falamos em melhorar a qualidade de vida de todas as pessoas”, afirmou.