Com o objetivo de promover reflexões sobre o valor da diversidade no mundo corporativo, o Inclui CIEE realizou nesta terça-feira (27/10) a 3ª edição do Inclusão na Prática.
Participaram Suellen Rodrigues, gerente científica em Doenças Infecciosas na MSD, Marcelo Leal, líder de Inovação de Aplicativos em Nuvem na Microsoft Brasil, e líder do BAM (Blacks at Microsoft), Robson de Oliveira, advogado do Demarest Advogados e coordenador do Projeto Incluir Direito. A mediação foi da supervisora de Inclusão Social do CIEE, Lilene Ruy.
Suellen Rodrigues falou um pouco sobre racismo estrutural e a falta de representatividade de pessoas negras em ambientes corporativos, e de que forma isso é prejudicial para a sociedade brasileira como um todo.
“Não ver mais de nós em alguns lugares, conforme vamos nos desenvolvendo na carreira, mexe muito comigo. Mas não adianta só mexer, é preciso se mobilizar”, disse.
“Não basta um departamento ou uma pessoa fazer sozinha. É preciso uma ação conjunta para que nossa representatividade na sociedade esteja nas corporações como um todo”, completou.
Marcelo Leal lembrou que o senso comum de que pessoas negras não são qualificadas o suficiente acaba interferindo em vários níveis, e afetando diretamente a evolução profissional de muitas pessoas.
“Precisamos mudar a fala de que não existem pessoas negras qualificadas. Se eu abrir a rede de relacionamento, expandir os horizontes, percebemos que é bem diferente”, disse.
“Se eu pegar minha carreira desde o início, quando eu saí da periferia e fui trabalhar no Centro, não tinha problema. As pessoas esperam do negro uma situação subserviente. O racismo começa quando o negro começa a subir gradualmente na pirâmide”, completou Marcelo.
O advogado Robson de Oliveira, do escritório Demarest Advogados, reforçou que o primeiro passo para a criação de políticas afirmativas é uma mudança de mentalidade de maneira ampla. Ele destacou que pessoas brancas não têm na cor da pele um fator determinante para a contratação e a posterior possibilidade de ocupação de espaços de poder.
“Nós, que conseguimos uma posição de destaque em nossos segmentos, somos a ‘sorte’. Nós somos o acaso. Com a maioria da população do país sendo negra, não podemos mais viver nesse acaso, precisamos mudar a realidade. Precisamos desconstruir a utopia de que não existe racismo no Brasil. Ao meu ver, as políticas afirmativas precisam se basear em admissão, acolhimento, capacidade e retenção”, destacou.
O que é o Inclui CIEE?
O Inclui CIEE colabora de forma a tornar o ambiente corporativo mais inclusivo e promissor para os negócios. Investir na contratação de pessoas com os marcadores da diversidade é trazer legitimidade, representatividade e longevidade para os negócios. Aceite o desafio da Diversidade e Inclusão, venha ser nosso parceiro!