O festival foi idealizado com o intuito de promover a diversidade. Desta vez, atravessando fronteiras e levando o tema para fora do CIEE. A entidade sem fins lucrativos sempre lutou em favor da inclusão de jovens e adolescentes no mundo do trabalho, adotando condutas e práticas em prol da representatividade interna junto ao Comitê Consultivo da Diversidade e Inclusão.
Desde 2018, com o Inclui CIEE, realiza um serviço personalizado que busca contribuir para o aumento da diversidade no ambiente corporativo, incentiva a contratação e o acompanhamento de pessoas com deficiência, negros, mulheres e a comunidade LGBTQIA+. Através do Festival CIEE da Diversidade a instituição tem um novo objetivo: difundir a pluralidade de pontos de vista, promover a liberdade de expressão, o respeito e a empatia.
O evento, gratuito e online, será realizado nos dias 20 e 21 de agosto de 2021 e contará com 14 painéis. Serão abordados temas amplamente debatidos e aqueles que ainda contam com espaço pequeno na esfera pública. O festival será transmitido, ao vivo, direto do Teatro CIEE, através de uma plataforma virtual.
A diversidade em sua totalidade
“A vida é Plural” dá início a lista de palestras e introduz a essência do evento: a diversidade de pontos de vista. Aqui serão debatidos a singularidade de cada indivíduo, necessidade de encarar e aceitar as diferenças e como isso agrega enquanto sociedade.
Nessa mesma linha, será apresentado o tema “Gaia, Rainha da Diversidade”: Deusa, mãe Terra e de acordo com a mitologia grega, a segunda divindade primordial. Gaia é vista como a personificação do mundo se formando, tendo gerado o céu, as montanhas, os mares e diferentes formas de vida e expressões. Nós somos apenas mais uma dessas expressões, uma espécie entre milhares.
Com tantos estilos e formas diferentes de viver, seja no interior ou nos grandes centros, a melhor é aquela que adequa-se ao que cada um considera ideal para si mesmo, e é sobre isso que vamos falar em “Novas Tribos, novos jeitos de viver”. Ainda existem regras a serem seguidas neste quesito? O que é para mim, é melhor para todos? Esses são alguns questionamentos que farão parte deste painel.
O tema “Transcender: muitos caminhos, uma só busca”, conecta-se com a evolução de cada indivíduo. Esse movimento, consequentemente, auxilia na desconstrução de preconceitos enraizados.
O Brasil é a união de diversas culturas. O país, extremamente miscigenado, reúne costumes, religiões e tradições diferentes e o painel “Diversidade Cultural” abordará todos esses tópicos.
Se somos diversos em tantos aspectos, não é possível que opiniões e pensamentos sejam iguais. O tema “Diversidade de Pensamento: a cura da Polarização” debaterá as diferenças, porque é importante sair da zona de conforto e nos colocarmos disponíveis para entender o posicionamento do outro, mesmo quando não condiz com o nosso. Conhecer novos estilos musicais, ouvir opiniões divergentes, enxergar outros pontos de vista e dar um passo para fora da polarização.
Diante de tudo que será dito sobre diversidade e sua importância, cabe ressaltar que somos os valores que expressamos. Não podemos nos resumir a gênero, orientação sexual, idade ou qualquer outra característica. Por isso, trazemos o tema “Diversidade de Valores Humanos para um mundo mais inclusivo”.
Temas que estão em evidência e a importância de mantê-los assim
Após muitos anos de luta, a sociedade passou por mudanças importantes quando se trata de “Inclusão LGBTQIA+”, “Inclusão de Raça e Etnia” e “Inclusão da Mulher”. No Relatório de Remuneração por Gênero 2020, lançado e divulgado pelo grupo Reckitt, é revelado que mulheres ganham mais do que homens no Brasil, o que dá-se devido ao maior número de homens empregados em indústrias e de mais mulheres assumindo cargos de liderança. A Coalizão Empresarial para a Equidade Racial e de Gênero é uma iniciativa do Instituto Ethos, do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT) e do Institute for Human Rights and Business (IHRB) que disponibiliza um espaço para troca de experiências, estimula o aprimoramento de políticas públicas e práticas empresariais, entre outros beneficios e resultados positivos, em prol de combater a discriminação de gênero e raça dentro das organizações.
Entretanto, isso não significa que todos os objetivos foram alcançados. Os assuntos estão em evidência e devem ser mantidos dessa forma. Mesmo com amplo espaço, principalmente na mídia, existem dados que mostram o longo caminho até a equidade. Dentro e fora do mundo do trabalho. Uma pesquisa realizada com pessoas e integrantes da área de recursos humanos do Paraná e outros 13 estados do Brasil, mostra que 38% das organizações têm restrições para contratar pessoas da comunidade LGBTQIA +. Mulheres ocupam 42,4% dos cargos de gerência, 13,9% de diretoria e 27,3% de superintendência segundo dados apresentados pelo Ministério da Economia (ME). Dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério da Economia mostram que pessoas negras e pardas foram as mais prejudicadas pela crise no mundo do trabalho provocada pela pandemia da COVID-19.
Não é necessário se apegar apenas à esfera do mundo do trabalho, afinal, a diversidade está presente em todos os meios, assim como a homofobia, o racismo e o sexismo. Promover a inclusão de grupos tidos como sub-representados, é, e será relevante enquanto o respeito e a desconstrução de preconceitos não forem estabelecidos.
O debate precisa ser mais abrangente
Quando o tema é diversidade, um dos referenciais são as pautas apresentadas na mídia. O espaço sempre será exaltado, entretanto, outras bandeiras também precisam ganhar evidência.
Começamos a lista com a “Inclusão de Pessoas com Deficiência”. Segundo dados levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ao menos 25% da população brasileira têm algum tipo de deficiência, o que representa cerca de 45 milhões de pessoas. Uma breve análise, minuciosa e empática, demonstrará que não é possível realizar atividades básicas, pois a acessibilidade não está presente em todos os lugares.
A “Inclusão de Gerações” também se faz presente. A expectativa de vida é uma das muitas mudanças das últimas décadas, no Brasil chega a 74,8 anos (considerando que o brasileiro perdeu quase 2 anos por conta da pandemia do coronavírus), sendo 22,3 anos a mais comparado a 1960. Na medida em que vivemos mais, também produzimos e consumimos mais serviços e produtos, se temos pessoas prontas para contribuir com ideias e experiência de vida, por que isso não pode ser trazido para o ambiente corporativo?
Aprofundando o debate, seria possível questionar as escolhas de vida de cada indivíduo, e tornar o caminho até o sucesso homogêneo? O painel “Diversidade no Conceito de Sucesso”, irá desmistificar o termo “sucesso”, muitas vezes retratado e associado a cargos e salários. Ressignificar esse conceito é essencial para entender que os pontos de vista se bifurcam quando se trata de realização pessoal.
Derrubar estereótipos ligados à gastronomia também faz parte da diversidade, e, no momento em que nos colocamos disponíveis para entender a origem cultural de cada receita, estamos abertos para entender o outro e a sua história. O “Diversidade na Gastronomia”, visita diversas cozinhas para compartilhar conhecimento.
As adequações fazem parte do mundo, e não poderia ser diferente no ambiente corporativo. A forma como os funcionários são liderados implica no desempenho e desenvolvimento dentro da organização. Por isso, o tema “Diversidade no Modelo de Governança” integra o conjunto de pautas importantes e que merecem ganhar destaque.
Quer fazer parte dessa experiência e apoiar a pluralidade? Envie um e-mail para festivaldadiversidade@ciee.ong.br.