A diversidade é um assunto que está em alta há muito tempo. Com o passar dos anos falar sobre ela tem se tornado cada vez mais importante, principalmente dentro das organizações. Desde o aumento da criatividade e inovação ao alcance de melhores resultados, o tema traz diversos benefícios para as empresas.
A diversidade pode ser um diferencial competitivo e está diretamente ligada à liberdade de expressão, ao respeito e à empatia. Quando levamos esses tópicos ao ambiente de trabalho, a tendência é criarmos um clima organizacional mais amigável.
Na medida em que as organizações são vistas como marcas empregadoras que abraçam a diversidade, podem se beneficiar uma vez que seus colaboradores se sentem mais à vontade para sugerir, aprender e compartilhar experiências de vida, abrindo espaço para uma maior colaboração entre eles.
No momento em que existe a união de culturas, visões e experiências diferentes, existe também o confronto de ideias e opiniões, o que aumenta a possibilidade de atingir soluções inovadoras e alcançar novos níveis de criatividade. Esse mecanismo de gerenciamento de confrontos é extremamente saudável e afeta diretamente a forma com que os colaboradores se sentem dentro do ambiente corporativo.
Se o ambiente é regido pela liberdade de expressão, respeito e empatia, logo os profissionais se sentirão mais confiantes e valorizados. Isso cria margem suficiente para estimulá-los a continuarem contribuindo mais e mais no desenvolvimento da empresa e entrega a diminuição da rotatividade (turnover).
O turnover está ligado à saúde organizacional e é o que mede a rotatividade de colaboradores em uma empresa. Se o nível dessa rotatividade for alto, significa que enquanto um colaborador está sendo admitido, o outro está sendo desligado de maneira sucessiva. Um dos motivos que contribuem para isso pode ser a insatisfação do colaborador. Com a melhor convivência dentro da empresa, existe uma grande chance de diminuir os números de rotação.
A redução de conflitos, a maior flexibilidade entre as equipes, a menor resistência às mudanças e entre outros resultados, também tornam-se possíveis de serem alcançados.
Os desafios atuais da diversidade nas organizações
O respeito às diferenças é primordial dentro da nossa sociedade. O Brasil é um país de pluralidade. A diversidade de raças, etnias e culturas é muito presente, o que resulta em uma vasta variedade de culturas no país.
Apesar de inúmeras mudanças terem ocorrido neste âmbito, ainda estamos longe de alcançar uma realidade igualitária e equitativa. Enquanto a igualdade é dar às pessoas as mesmas oportunidades, a equidade significa adaptar as oportunidades, deixando-as justas. Mesmo que ambas entreguem resultados positivos, a equidade é ainda mais inclusiva do que a igualdade.
Negros, LGBTQIA+, pessoas com deficiência e mulheres ainda sofrem discriminação dentro dos processos seletivos e do ambiente corporativo. Falando em porcentagens, na pesquisa mais recente do International Business Report da Grant Thornton é apontado que as mulheres no Brasil ocupam 34% dos cargos de liderança sênior nas empresas, mas ainda têm salários menores.
Segundo a última Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), de 2019, há 486.756 pessoas com deficiência trabalhando formalmente no país, o que representaria menos de 1% dos empregados. Um levantamento realizado pela Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial, revelou que, em 23 grandes empresas, apenas 6,3% dos cargos de gerência são ocupados por negros.
Toda empresa tem um papel social importante e, para mudar este cenário e fomentar a inclusão e a tolerância é extremamente válido que as empresas realizem mudanças, como a implementação de novas políticas, a comunicação de uma forma diferente com a sociedade e com o seu público-alvo, a tomada de iniciativas internas promovendo programas de inclusão, programas voluntários, treinamentos e o incentivo de seus colaboradores a desenvolverem uma postura cada vez mais madura para encarar as diferenças.
Um conceito que pode complementar e auxiliar nas mudanças é o endomarketing, que é uma estratégia de marketing institucional interna, criada especificamente para os colaboradores. O endomarketing envolve ações voltadas para o engajamento, o reconhecimento, a motivação dos profissionais, entre outros tópicos que podem contribuir ainda mais na melhoria do clima organizacional, na diminuição do turnover e em quaisquer outras ações que estejam ligadas ao desenvolvimento interno da empresa.
Diversidade e Assistencialismo
É importante entendermos o verdadeiro significado da palavra Diversidade, aplicá-la e promovê-la da forma correta.
Diversidade não é assistencialismo. No dicionário, assistencialismo significa “sistema ou prática de ação social que organiza e oferece assistência às comunidades desfavorecidas e excluídas de uma sociedade”.
Basear-se no apoio à diversidade dentro das organizações para realizar processos seletivos, contratações e demais atividades (eventos, webinários, entre outras iniciativas) não significa fazer caridade ou ser politicamente correto. Tampouco, contratar qualquer candidato para cumprir a Lei.
A diversidade deve ser incluída nas ações das empresas com o intuito de trazer novas possibilidades, mais produtividade, novas culturas e experiências, atingir melhores resultados, participar da evolução pessoal e profissional de seus colaboradores. É importante avaliar e considerar os candidatos de forma equitativa sempre tendo como princípio que orientação de gênero, sexualidade, raça, cor, religião, deficiência e quaisquer outras diferenças não definem competência.
Quer fazer parte dessa experiência e apoiar a pluralidade? Envie um e-mail para encontrodadiversidade@ciee.ong.br.
Encontro CIEE da Diversidade e Inclusão – 27 e 28 de outubro, saiba mais em portal.ciee.org.br/encontro-da-diversidade/